A REFORMA MANUELINA DO PAÇO
Reconstrução volumétrica do projeto manuelino do Paço Real da Alcáçova (desenho de José Luís Madeira) do livro "A Morada da Sabedoria", de António Filipe Pimentel
Com a deslocação do centro de decisão para sul, no reinado de D. Dinis. o Paço Real é progressivamente abandonado, até ao século XVI quado D. Manuel decide fazer nele uma grande reforma e em 1517 contrata Marcos Pires, mestre da Batalha para fazer a obra.
Uma parte importante da imagem atual do Paço das Escolas nasce das obras de arquitetura da reforma manuelina. A acentuada inclinação dos telhados, sobretudo no corpo central (norte) salientando a grande sala de atos, a forte presença dos cubelos na fachada norte, construídos sobre as fundações dos cubelos da fortificação original, o edifício da capela e o seu portal virado para o terreiro, com inspiração naturalista que prolonga os colunelos da ombrira sobre as portas, envolve 6 símbolos importantes da icnografia nacional daquele período. Compõe o portal as cinco Chagas de Cristo, sobre a coroa de espinhos e os cravos, noutro plano a Esfera Armilar, a Cruz de Cristo e ao centro o escudo de Portugal.
O plano de obra tinha um programa ambicioso, mas ficou incompleto pela morte de D. Manuel em 1521, e do construtor, Marcos Pires em 1522.
Na realidade a capela de S. Miguel é o único edifício do Paço Manuelino que se encontra de acordo com o traçado original.
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