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PRISÃO ACADÉMICA A Universidade de Coimbra teve durante muito tempo o privilégio excepcional de se reger por legislação própria, chamado de Foro Académico, estando independente de Foro comum. As estruturas atualmente subsistentes do que foi, até 1834 , o cárcere académico correspondem a três fases distintas de utilização do mesmo espaço: a primeira ligada às estruturas originais do palácio régio; as restantes no quadro já da ocupação universitária.   Aquando do início da construção da biblioteca descobriram-se umas ruinas que teriam pertencido a uma antiga prisão. Desta forma decidiram não destruir essas ruinas, adaptando-as ao novo edifício. Desta antiga prisão medieval, ainda resta duas celas estreitas e uma escada em caracol. Assim sendo o cárcere académico de Coimbra guarda uma parte da única cadeia medieval que subsiste em Portugal. Assim, este piso com o decorrer dos anos teve várias utilizações, servindo, também, de suporte às salas nobres, de depósito e de arrecadaçã
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Segredos da luz e da matéria  Foi em dezembro de 2006 que o Museu da Ciência abriu as portas ao público. Muito antes de 2015 ser proclamado Ano Internacional da Luz pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Luz foi o tema encontrado para reunir numa mesma exposição objetos oriundos das diversas coleções científicas da Universidade de Coimbra (UC), de áreas tão diversas como Física, Química, Astronomia, Zoologia, Botânica, Mineralogia. Segredos da Luz e da Matéria fala-nos da luz e da visão, da cor e dos pigmentos, do Sol e da luz solar, da interação da luz com a matéria. Nela encontramos, em diálogo, borboletas de cores vivas, pássaros de plumagem exuberante, pigmentos minerais, um modelo do sistema solar construído por George Adams, um dos mais importantes construtores de instrumentos científicos do Séc. XVIII; um espectroscópio de 1863 semelhante ao que Bunsen e Kirshoff utilizaram ao descobrirem a composição do Sol em 1860; uma radiografia de uma mão que é a primeira experiência
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Os 300 anos da Biblioteca Joanina  A 17 de julho de 1717, pelas seis da tarde, na presença do reitor Nuno da Silva Telles (o segundo deste nome), foi colocada a primeira pedra da Casa da Livraria, a mesma que viria depois a ser conhecida por “Biblioteca Joanina”. Três meses antes, tinham já tido início os difíceis trabalhos de desaterro do local escolhido para implantar o edifício. Seguir-se-ia a construção de um telheiro no pátio da Universidade, para servir de apoio às diferentes fases da obra. Ao pátio haveriam de chegar os carros de bois carregados de pedra e de madeiras, quase todas recolhidas nos arredores de Coimbra. Tudo acontecia na sequência de um pedido do mesmo reitor dirigido ao rei, um ano antes, para que a Universidade fosse dotada de uma biblioteca adequada e digna. Depois de iniciada, a obra decorreu sem interrupções nem percalços de maior. De tal forma que, no início de 1728, o edifício era dado por concluído. A Universidade passava assim a dispor de uma bibliote
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Sala do Exame Privado Antiga Câmara Real, a Sala do Exame Privado crê-se que é utilizada para o efeito pelo menos desde 1550. Este Exame era essencial para a obtenção do Grau de Doutor (licenciatura), e só foi abolido já na segunda metade do séc. XIX. Sala onde se constituiu a partir de 1701 a Galeria dos Reitores, um conjunto de 85 retratos, dos quais 38 se encontram nesta sala (do séc. 16 ao séc. 18) e que se estendem hoje pelas Salas Amarela, Azul, do Senado e pela Reitoria. Aliás é desta altura também que data a renovação de D. Nuno da Silva Telles, que deu à sala a sua forma atual. Foi também nesta sala que o primeiro reitor, D. Garcia de Almeida, se reuniu com os lentes das primeiras faculdades em 1537.
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Sala das Armas A Sala das Armas obtém o seu nome por ser o local onde se guardam as armas (alabardas) da Guarda Real Académica. Podemos observar as alabardas utilizadas pelos Archeiros, as Maças dos Bedéis de cada uma das faculdades e o ceptro do Guarda-Mor. Ainda hoje, as cerimónias oficiais são acompanhadas pelos Archeiros, que organizam uma “guarda de honra”. Nesta sala destaca-se, ainda, um friso de azulejos do séc. XVIII, com motivos quotidianos de inspiração flamenga, e o teto do séc. XIX, que apresenta as armas portuguesas e também uma representação das ciências, talvez a Matemática e a Química, em cada um dos seus topos. Contígua a esta sala está a sala Amarela, onde se reunia a Congregação da Faculdade de Medicina, uma sala reformada também durante o séc. XIX e local onde começa o desfile dos Lentes para a cerimónia de Abertura do Ano Letivo. Podem também observar-se os retratos dos Reitores do final do séc. XIX e início do séc. XX. Esta é a primeira de três salas, sendo
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As Estantes Biblioteca  1719 – 1723 Carpintaria - Gaspar Ferreira; 1923 – 1927 pintura - Manuel da Silva As 72 estantes são dispostas em dois andares, de madeiras douradas e policromadas (de fundo verde e vermelho), cobrem as paredes das três salas da Casa da Livraria. Para além de entalhada apresenta incontáveis motivos vegetalistas (ramos, silveiras, flores). O acesso às estantes superiores é garantido por um varandim e para aceder às prateleiras mais altas, a estante tem duas escadas embutidas, nos frisos laterais das próprias estantes.  Chinoiserie Designadas por chinoiseries, pequenas pinturas decorativas feitas em folha de ouro do Brasil, por Manuel da Silva durante 40 meses, cobrem a quase totalidade das estantes, apresentam construções, fauna e flora orientais, ou personagens vestidos de acordo com o costume oriental, e comprovam as relações íntimas de Portugal com a Índia, China (nomeadamente Macau) e Japão. 
Edifícios do Estado Novo  Face da mudança da Alta de Coimbra- resultou de uma grande reforma, que teve lugar nos anos 40 a 60 do século XX e mudou a face da Universidade através de uma operação de total reorganização urbanística da zona, o núcleo do Estado Novo marca a contemporaneidade do Polo I da Universidade de Coimbra. A Alta, em tempos feita de ruas sinuosas, sofreu uma destruição parcial para dar lugar a um campus universitário modernista. Para a sua concepção, construção e decoração foram chamados os melhores da época: Cottinelli Telmo, Cristino da Silva, Abel Manta, Almada Negreiros. Departamento de Matemática, Sala 17 A inauguração do edifício da secção de Matemática ocorreu a 17 de abril de 1969, data que assinala o arranque da crise académica de 1969, movimento público de contestação ao regime salazarista. Decorrendo os discursos da sessão inaugural das novas instalações, Alberto Martins, o presidente da Associação Académica de Coimbra, foi impedido de se manife
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O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra Visitar um jardim botânico é como viajar pelo planeta sem sair da cidade. As coleções de plantas que preenchem cada espaço transportam-nos para diferentes latitudes e regiões do mundo, transformando o Jardim num verdadeiro museu vivo. O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, localizado no coração da cidade de Coimbra desde 1772, por iniciativa do Marquês de Pombal, estende-se por mais de 13 ha em terrenos que na sua maior parte foram doados pelos frades Beneditinos. Os jardins botânicos surgem na Europa como consequência da expansão europeia do século XV. O contacto com plantas e animais exóticos despertou o interesse pelo seu estudo. Exemplo disso foi o português Garcia da Orta que no séc.XVI viajou para a Índia e se dedicou ao estudo das propriedades terapêuticas das plantas, publicando dois importantes ensaios. O século XVIII é marcado por uma revolução de mentalidades e por grandes avanços na ciência, nomeadamen
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Perspetiva histórica da República de Coimbra Artur Ribeiro * A “República de Coimbra” é, talvez, a mais antiga e genuína das instituições universitárias portuguesas, reportando-se as suas raízes à época medieval e ao ato de estabelecimento de “Estudo Geral” em Coimbra. Do diploma régio de 15 de Fevereiro de 1309, inspirado na “Charta Magna Privilegiorum” que consagra os vastos privilégios e regalias concedidos aos escolares, ressalta a sentida preocupação de D. Dinis em prover ao alojamento e ao abastecimento em víveres dos estudantes e mestres da Universidade. Em Coimbra, como em grande parte dos centros universitários da Europa Medieval, à escassez de casas para arrendar acrescia a relutância dos proprietários em arrendá-las aos estudantes por uma “renda justa”. A solicitude dos monarcas para obviar a tais carências está bem patente nos muitos diplomas e cartas régios que ao assunto se referem. O próprio D. Dinis, por diploma de 1309, promove a construção d
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Via Latina A Via Latina é a arcada que liga exteriormente a Reitoria, a Sala Grande dos Atos e os Gerais - seria inicialmente um eirado que permitia o acesso à antiga Sala do Trono pelo exterior. Foi adaptado já no séc. XVIII a acesso “comum”, uma forma inteligente de ligar estes três espaços. A sua forma atual chega-nos da reforma pombalina da Universidade, a partir de 1772: no centro encontramos uma alegoria a D. José I, original de Claude de Laprade no início do séc. XVIII, ladeada por duas figuras escultóricas mais antigas: Fortaleza e Justiça. O nome Via Latina deve-se à Reforma de 1772. O Latim era a língua “oficial” da Universidade obrigatoriamente falado debaixo daquela arcada. A partir desta altura passou a ser o Português, que se mantém até à atualidade.
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Porta Férrea A Porta Férrea localiza-se ainda no local original de entrada da fortaleza muçulmana de Almançor. Manteve a sua forma quase inalterada até ao séc. XVI, quando foi ligeiramente modificada pelo Rei D. Manuel I. A sua forma atual é dada por duas grandes intervenções durante o séc. XVII: a primeira com início em 1634 e a segunda em finais do séc. XVII. A primeira reforma da Porta Férrea tem como objetivo a glorificação da história da Universidade. Estruturada como um arco triunfal, simétrico de ambos os lados, tem na fachada exterior a representação do Rei D. Dinis, o fundador do Estudo Geral em 1290, encimado pela figura da Sapiência – desde a sua origem a insígnia da Universidade. Abaixo e laterais à porta, as representações das Faculdades de Leis (esquerda) e Medicina (direita); na fachada interior, a coroar a porta, novamente, a Sapiência e abaixo o Rei D. João III – que transfere a Universidade em definitivo para Coimbra. Nas laterais, à esquerda encontramos uma represent
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Torre da Universidade Esta ocupa o ângulo Noroeste do Pátio e foi construída entre 1728 e 1733, substituindo uma já existente erigida em 1561. Foi desenhada pelo arquitecto italiano António Canevari a trabalhar em Portugal ao serviço de D. João V. Com 34 metros de altura e 184 degraus, trata-se de uma das melhores obras barrocas em Portugal, que fora criada para organizar a vida escolar num edifício nascido com outra vocação de carácter civil. Aloja os sinos e os relógios que durante séculos e ainda hoje ecoam na cidade de Coimbra e nas memórias dos estudantes, ex-estudantes e também habitantes. In DIAS, Pedro; “O Património artístico da Universidade de Coimbra”. Ed.1990; Universidade de Coimbra
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Sala dos Grande Atos | Sala dos Capelos A principal e mais importante sala da Universidade de Coimbra, pois nesta são realizadas todas as cerimónias académicas solenes tais como os doutoramentos solenes ou Honoris Causa , a investidura do reitor e as sessões de abertura solene das aulas. Mas antes da instalação definitiva da Universidade no antigo Paço Real e da sua transformação em Paço das Escolas, esta fora a Sala do Trono e só em 1537 passou a ser usada para as mais importantes cerimónias da vida académica. Nesta mesma sala se realizaram as famosas Cortes de Coimbra de 1385 onde se elegeu João, Mestre de Avis como João I Rei de Portugal, dando inicio à segunda dinastia, a dinastia de Avis. A Sala dos Capelos passou por duas remodelações, uma primeira executada em 1639, por Marco Pires na altura em que D. Manuel Saldanha era reitor quando também fora realizado o tecto da sala pelo pintor portuense Jacinto da Costa, um especialista em grotescos já no ano de 1655, tecto de
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Carlos Seixas José António Carlos de Seixas nasceu em Coimbra a 11 de Junho de 1704. Iniciou os estudos musicais com seu pai Francisco Vaz, tendo adquirido desde muito novo uma apreciável destreza no órgão. Aos 14 anos substitui o pai, nas funções de organista da Sé de Coimbra e, dois anos mais tarde parte para Lisboa onde chega já com grande fama.        Ao contrário dos seus contemporâneos, Seixas parece nunca ter saído de Portugal, tendo-se formado muito provavelmente na escola de seu pai, herdeira da tradição organística ibérica do século XVII. Morreu com apenas 38 anos, ( a 25 de agosto de 1742, de febre reumática) e se bem que uma grande parte da sua música tenha desaparecido aquando do terramoto de 1755, o pouco que nos chegou, apresenta-o como um compositor cheio de génio, digno representante da escola portuguesa. Precedido de uma sólida reputação, foi admitido como organista na Santa Basílica Patriarcal de Lisboa e na Capela Real. Para além destas funções, comp